quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Alter do Chão - Inspiração amazônica

Já que eu falei sobre inspiração em dois posts atrás, preciso dizer que meu coração se abriu para essa Vila Balneária que pertence a cidade de Santarém, eu posso dizer que uma série de sensações me possuíram nestes dias em que nós estivemos lá. Primeiro, estar na Floresta Amazônica é algo edificante, porque esta floresta, especificamente,  é lugar onde construímos uma certa fantasia que começa na escola com as lendas folclóricas, os bichos e sua natureza exuberante. Eu trouxe na minha mala os sons dos pássaros e dos macacos, do rio no final da tarde com seu balanço sem pressa, e do carimbó.  Trouxe a saudade do açaí, do cupuaçu, do taperebá, do muruci. Da gente com a linda tez indígena e sua educação a todo instante. Trouxe uma dorzinha por ser longe e querer voltar mil vezes. Trouxe a paz que a cidade de São Paulo tem me tirado. Me senti mais do que nunca parte dessa terra, que o Brasil cresça, já estamos sem maturidade política para preservar essa beleza que é o Rio Tapajós e seu povo. Meu coração fica pequeno quando penso neles, uma parte de mim permaneceu ali, foi a troca por tudo que trouxe nessa mala. 


Os passarinhos da primeira foto : cardeal-da-amazônia. Que já havia virado um bordado no ano passado, eu não imagina que eles fossem tão pequenos. 

A sereia e o mergulhador

Essa sereia foi uma encomenda que fiz há alguns meses para a querida Natália da minha cidade Natal, porque em Oz, também tem sereias e ruivas.
Para quem quiser ver os trabalhos atualizados, entra no meu instagram.

Acepipes de Lourenço

Arte 1 - Mea Culpa


Ontem eu dei uma entrevista para um canal de tv, vamos torcer pelos editores. Quando tenho que falar sobre o que eu faco é inacreditável minha inabilidade, o rapaz me disse que eu poderia repetir, mas eu não consegui por timidez, e ele não conseguiu, daí já não sei o por quê, logo eu que gosto do modo como as coisas são ditas, me interessa, mas não posso fazer sozinha em algo que eu nem sei como.
A cada pergunta eu entrava em túnel vertiginoso, e tudo se misturava e desaparecia. Segundo  Hilda Hilst, no livro de entrevistas, Fico Besta Quando Me Entendem, qualquer idiota pode ser espontâneo, eu fui espontânea, logo me tornei uma idiota.
Uma pergunta simples e eu não consegui responder, ou melhor, respondi da forma mais simples que podia, porque tudo o que já vi na vida, desapareceu.
Quais as suas inspirações, referências?
Eu tenho um vasto mundo de inspirações e só pude dizer que gosto muito de Ana Tereza Barbosa, a rainha do bordado...Rainha do bordado, por quê reduzir alguém que de certa forma, revitaliza essa técnica de bordado + bastidor para compor uma série, inspirando uma nova leva de artistas,  e eu  a reduzo a rainha, eu a considero muito mais do quê uma rainha, porque ela está muito além da sorte de nascer em berço esplêndido.
Uma grande artista e bordadeira, tem que dedicar-se para fazer o que ela faz, sendo refêrência mundial para outras artistas e bordadeiras  contemporâneas. A questão em si, é minha vulgaridade oral, misturada a um embaraço que me faz fugir de mim mesma diante os outros. Uma pena, podia ter sido ótimo, mas sou espontânea demais para entrevistas.